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Revista Luz & Cena
Max
Morre Max Mathews, pioneiro da música computacional
Redação
Publicado em 25/04/2011 - 19h17
Divulgação
 (Divulgação)
O mundo da música e da tecnologia perdeu mais um grande nome. Nascido em 13 de novembro de 1926, em Columbus, Nebrasca, Max Mathews, criador do primeiro programa a tornar possível que um computador sintetizasse e reproduzisse sons e desenvolvedor de gerações de softwares de música computacional, faleceu vítima de pneumonia no dia 21 de abril.

Max era engenheiro da Bell Laboratories, em Nova Jérsei, em 1957, quando criou a primeira versão do Music, um programa que permitia que o computador IBM 704, a princípio desenvolvido para cálculos de larga escala, tocasse uma composição de 17 segundos de autoria do próprio Mathews. Em razão da baixíssima velocidade dos computadores da época, a peça levou quase uma hora para ser sintetizada. Depois, a "amostra" teve que ser transferida para uma fita, para que, em seguida, tivesse sua velocidade aumentada até o tempo certo. O experimento provou que sons podiam ser digitalizados, armazenados e recuperados.

"Embora os timbres e notas produzidos na ocasião não tenham sido inspiradores, o avanço técnico ainda está reverberando", disse ele, em uma conferência na Universidade de Indiana, em 1997. Além de novas gerações do Music, Mathews criou o Groove, primeiro computador para performances ao vivo, e, mais tarde, o Radio Baton, um precursor dos controladores gestuais desenvolvidos pela Nintendo, Sony e Microsoft. "Ele teve um impacto enorme na forma como a música evoluiu nos últimos 50 anos", declarou John M. Chowning, compositor e fundador do Centro para Pesquisa Computacional em Música e Acústica da Universidade de Stanford.

Já nos anos 1970, ao lado do compositor e condutor Pierre Boulez, o engenheiro ajudou a criar, em Paris, o Instituto de Pesquisa e Coordenação Acústica/Musical, um centro dedicado à pesquisa na científica da música e do som e à art music eletroacústica. Na área de instrumentos, as principais novidades criadas por Mathews foram os violinos eletrônicos, que, dependendo do modelo, reproduziam diretamente sons sintetizados ou enviavam esses sons para uma workstation eletrônica, em que podiam ser manipulados por um colaborador.

Depois de atuar na diretoria da Bell de 1962 a 1985, Mathews continuou fazendo o que mais gostava: pesquisando e atuando como professor de música no Centro para Pesquisa em Música e Acústica, em Stanford.
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