RSS Facebook Twitter Blog
Revista Luz & Cena
Tempo Real
Guilherme Lage
Da produção ao som direto
Rodrigo Sabatinelli
Publicado em 10/09/2016 - 00h00

Antes se tornar técnico de som direto, o carioca Guilherme Lage trabalhou por cerca de dez anos como produtor audiovisual. A mudança de mercado, diz ele, foi consequência de um desgaste - apesar do fascínio pelo universo audiovisual - e, também, da familiaridade com o áudio - especialmente por ter passado boa parte da vida em estúdios de ensaio e gravação -, algo que tornou tal processo ainda mais natural.

"O fato de ter sido produtor musical e músico me ajudou bastante, por exemplo, na questão de posicionamento dos microfones e na interação com os demais profissionais que compõe um set de filmagem, tais como o diretor, o diretor de fotografia, etc", lembra ele, atuante de um mercado que, a cada dia, cresce, e que, no qual, já deixou sua assinatura em um sem número de trabalhos.

"De pequenos making ofs a grandes documentários, passando por séries produzidas para canais a cabo, programas de entrevistas e campanhas publicitárias, dentre outros, com destaque para Conselho Tutelar, Os Anos 80 Estão de Volta, A História do Samba e MPBambas", completa o fã dos equipamentos Sennheiser. "Confiança, no nosso métier, é tudo!", define.

GRAVADOR: No momento, estou usando um gravador digital modelo H6, da Zoom. Trata-se de um equipamento de fácil utilização e de ergonomia favorável à rapidez, uma necessidade de todo e qualquer set de filmagem. Como faço muito som direto para projetos documentais, que se diferem da dramaturgia especialmente pelo fato de não haver encenação e, sim, a captação de situações espontâneas, posso dizer que ele [o H6] é bastante funcional.

FORMATO DE ÁUDIO: Geralmente, gravo meus arquivos de áudio em Wave, pois, além de [o formato] ter qualidade para uma boa edição de som, é leve o suficiente para ser compartilhado de forma rápida com editores e produtores.

MICROFONES: Em meu setup, utilizo, basicamente, dois microfones: o boom ME66 e o lapela EW 100-ENG G3, ambos da Sennheiser. A opção pela marca se dá por motivos óbvios: é a mais indicada em nosso segmento. E, pelos modelos [se dá] - além, claro, da sonoridade -, em razão de serem robustos, ou seja, resistentes ao dia a dia que costuma nos guardar muitas surpresas.


FONES: Há anos, trabalho com os fones SMH, da Senal e, por conta disso, meus ouvidos já estão super acostumados [com eles]. Como, geralmente, filmo em externas, ou seja, locações, tomo muito cuidados com os ruídos, que são muito maiores que os [ruídos] de um estúdio, por exemplo. Na verdade, estar de posse de um equipamento pelo qual o técnico tenha afinidade e, principalmente, confiança é algo fundamental e indispensável.

DICAS PARA INICIANTES: Quando decidi trocar o mercado de produção pelo de som direto, já sabia o perfil de técnico que as produtoras audiovisuais do Rio [de Janeiro], onde vivo, procuravam. E a realidade é a mesma, não mudou nada: ao mercado, interessa o profissional educado e discreto, do ponto de vista pessoal, e, tecnicamente falando, aquele que conheçe e faz bom uso de seu equipamento.
 
Conteúdo aberto a todos os leitores.