O cantor e compositor Seu Jorge se apresentou na Praia de Copacabana na virada do dia 31 de dezembro para 1 de janeiro, logo depois da tradicional queima de fogos que ocorre anualmente num dos mais importantes cartões postais da cidade.
O rider de luz criado por Naldo Bueno, da KN Projetos, para atender ao cantor e a outros artistas, como, por exemplo, o grupo Titãs, contou com 24 Robe Color Spot 2500; 30 Elation Beam 5R, sendo seis deles ao chão, usados no contraluz; 12 Robe Color Wash 2500 fazendo as luzes laterais; 16 Robe LED Wash 600 também para laterais; 12 Martin Atomic 3000 e 72 PAR LED LP 354, sendo 30 dentro dos trusses e 42 divididas em palco e gargarejo.
Para a apresentação do ex-líder do Farofa Carioca foram adicionados 36 Elation Beam 5R, distribuídos uniformemente em seis torres, instaladas durante a saída de palco dos Titãs, e a queima de fogos, para que o show do cantor e compositor se iniciasse logo após. A fim de garantir o sucesso dessa operação, sua equipe técnica, dirigida por Tobé Lombello, realizou, no dia anterior à virada do ano, um ensaio de montagem dessas torres. E no dia do evento tudo saiu como esperado.
CENAS MOSTRAM GRANDIOSIDADE
Durante o show de Seu Jorge, os equipamentos citados atuaram da seguinte forma: os LED 600 e os Color Wash, que contam com grande poder de cor e um zoom versátil, serviram à banda e ao cantor, enquanto que os Elation, posicionados ao fundo palco, surpreendiam quando eram acionados.
Responsável pela criação das cenas do show, o lighting designer Erich Bertti disse que sua luz procurou refletir o suingue e o ritmo dançante das canções do repertório de Seu Jorge. De acordo com o iluminador, o peso do naipe de metais e a marcação forte do cavaco foram elementos que ajudaram muito na criação de alguns dos principais momentos do espetáculo.
"Em hits como Burguesinha e Mina do Condomínio, por exemplo, utilizei os brutes para jogar a plateia para cima, enquanto que, nas músicas mais lentas, como São Gonça, trabalhei com luzes laterais e sombras contrastadas provocadas pelos Elation, que passavam de um lado para o outro no rosto [de Seu Jorge]. O mapa, na verdade, foi feito para impactar, e a cada show atualizo mais e mais meus cue lists, trazendo sempre uma surpresa", explicou ele.
Como complemento do rider, foram usados, ao fundo do palco, diversos módulos de LED de 7 mm de distanciamento entre pixels, que formaram um grande painel emoldurado por uma cortina de LED. Nesse painel, por meio de um Catalyst PM 4.4 HD, foram exibidos conteúdos desenvolvidos por Menga Cruz. As luzes do show foram controladas por sistemas grandMA, pertencentes à LPL, tendo, dentre eles, uma Full Size II e uma Light II.
EM CASA
Erich Bertti reformula rider e dá vida nova a show
Luz & Cena: Erich, quem foi o responsável por sua entrada na equipe de Seu Jorge?
Erich Bertti: O produtor técnico Tobé Lombello, diretor da Freak House Productions, com o qual já trabalhei por diversas vezes, em inúmeros shows internacionais iluminados pela LPL. Em nossas conversas pelos bastidores da vida, sempre falamos do desejo de realizar algo como essa tour: um projeto que trouxesse um diferencial, um padrão "gringo" para um artista brasileiro. E calhou de ser o Jorge.
L&C: No momento em que recebeu esse convite, você estava à frente de muitos negócios da LPL. Fale sobre isso.
Erich: Recebi o convite com muito gosto. A LPL sempre exigiu muito de mim. A responsabilidade lá é grande demais e creio que este seja o momento para me voltar mais à arte da iluminação do que a seu próprio business.
L&C: Quando foi sua estreia com o artista?
Erich: Meu primeiro show com ele foi no dia seis de dezembro. Estava à frente das tours de KoL e Linkin Park, mas com a mente no Seu Jorge, ouvindo o som dele nos vôos entre as cidades, fazendo o possível para me familiarizer logo com o seu universo. Um dia antes desse show entrei no estúdio da LPL e programei uma base [de luz para o dia seguinte]. Daí em diante foi adequar e aprimorar [as luzes] ao som ao vivo.
L&C: O que mudou, do ponto de vista da luz nos shows de Seu Jorge, desde que você assumiu o comando? Você repaginou todo o rider, desenhou outra planta e outras cenas para suas músicas?
Erich: Mudou tudo. Um dia depois de receber o convite, peguei um lápis e um caderno e comecei a rabiscar. Aprontei a planta baseado numa lista pré-determinada devido a valores já combinados para essa tour e para os shows já vendidos. Mas a estrutura inteira foi modificada. O mapa ainda não está como imaginei, mas o resultado inicial ficou bem próximo do que, de fato, será.
L&C: É verdade que esse show, feito para grandes espaços, também pode ser levado a pequenas casas de shows?
Erich: Acredito que as casas de shows tenham fatores limitantes para a criatividade do designer brasileiro, como, por exemplo, pé direito baixo, boca de cena pequena, estruturas inadequadas. Enfim, tudo ainda deixa um pouco a desejar, então o jeito é ter uma planta que se adapte a esses espaços e que, mesmo assim, não perca a identidade. Nesse momento, independentemente do local em que serão realizadas as apresentações, viajamos com equipamentos da RGB Luz, do Alexandre Sanches.
DVD AINDA EM 2015
Inicialmente, a produção do cantor desejava registrar em DVD o show do réveillon, em Copacabana. Na ocasião, Tobé se reuniu com Erich e Menga e, juntos, afinaram detalhes sobre o projeto, que teria luz assinada pelo segundo e conteúdo de imagens pelo terceiro. No entanto, o projeto acabou sendo adiado.
"A ideia era gravar já na virada do ano, mas por motivos de diversas ordens concluímos que o ideal seria deixar para mais à frente. É muito provável que esta gravação saia ainda em 2015, pois, com o show rolando na estrada, essa é a tendência natural", explica Menga, que vê bons frutos na parceria com Erich. "Falamos a mesma língua, pensamos muito parecidos, temos uma sintonia bacana, principalmente quando o assunto é conceber e criar um espetáculo de luz", encerra ele.
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