Realizado nos dias 7 e 8 de dezembro no Estádio de Pituaçu, em Salvador, Bahia, o Holiday Festival reuniu mais de 50 mil pessoas, que assistiram a shows de nomes como Psirico, Jorge & Mateus, Os Travessos, Aviões do Forró e Harmonia do Samba, entre outros.
Sonorizado pela locadora Vigor Som, que pertence a Anderson Franco e é a empresa à frente da sonorização de festivais como Villa Mix, Sauipe Folia e Arena Bahia Music, o Holiday contou com equipamentos de ponta, tais como um line array LS Audio e consoles Yamaha, DigiCo e Avid.
POTÊNCIA E AUTOSSUFICIÊNCIA
O sistema principal, usado por todos os artistas presentes no evento, foi montado da seguinte forma: no L/R, por lado, estiveram 15 elementos Slinpec 4612 empurrados por amplificadores Lab Gruppen FP 1000Q. No outfill, ao lado deles, porém mais abertos, voltados para as laterais do palco, foram destinadas, também por lado, mais nove caixas do mesmo modelo.
Os subs, empurrados por amplificadores Powersoft K10, foram feitos com 16 elementos LS Audio 218, enquanto que o front recebeu oito caixas 4260 da marca, e os delays, posicionados a cerca de 50 metros do palco, ficaram com oito elementos 210, sendo quatro por coluna.
Na house mix, posicionada a 40 metros do palco onde rolaram as apresentações, estiveram, à disposição dos técnicos de PA, consoles como os DiGiCo SD8 e Avid Profile. Para uso do locutor e do DJ do festival, a opção foi por um Avid SC 48.
PROCESSAMENTO DETALHADO
Ainda na house, à disposição dos gerentes técnicos do evento, estiveram um rack drive com dois processadores Dolby Lake e quatro Lake LM 26, além de um splitter ativo XTA DS800. O dolby foi destinado ao processamento do PA principal e do outfill, enquanto que os LM 26 se voltaram ao processamento dos subs, do front e dos delays.
"Com a função Mesa Eq conseguimos ter oito entradas digitais e 16 saídas digitais. Assim, se precisássemos, poderíamos ligar até quatro mesas digitais nele e mandar o L/R para o Dolby e, a partir dele, enviar o sinal L/R para o outfill, os subs, o front e os delays, levando os técnicos das bandas a pensarem em mixar somente o L/R, esquecendo todo o restante", disse Anderson.
YAMAHA, AVID E RCF NO PALCO
A monitoração dos artistas foi feita, em muitos casos e apesar do uso maciço de earphones, por monitores de chão amplificados e processados RCF TT 45 e RCF TT 25, sendo, ao todo, 16 unidades. Para controle das caixas, estiveram disponíveis os consoles Yamaha MP5D RH e AVID Mix Rack.
VOLUME NO SHOW TRAVESSOS
Leandro Villah, técnico de PA dos Travessos, utilizou microfones de marcas como AKG, Sennheiser e Shure para captar instrumentos e vozes do grupo de pagode liderado pelo vocalista Rodriguinho.
No bumbo da bateria, por exemplo, ele usou um AKG D112. Na caixa do instrumento, a opção do técnico se deu por um par de Shure SM57, usados em cima e abaixo da peça. Nos tons e nos surdos, ele lançou mão dos Sennheiser E 604, enquanto que no contratempo e nos overs usou os Shure SM81.
Nas percussões, para os surdões, ele dispôs dos Shure Beta 52, bem como utilizou, nos pandeiros e tantans, os já citados Shure SM57, ficando os backing vocals com os Shure SM58, as vozes dos cantores do grupo captadas por diversos modelos sem fio da Shure e da Sennheiser, e demais instrumentos, tais como guitarras, baixos, samplers, teclados e violões, sendo captados por direct boxes ativos.
Admirador dos consoles DiGiCo, Leandro comemorou o fato de, no festival, haver uma unidade da mesa à disposição dos técnicos. De acordo com ele, "a mesa tem um som único, que dispensa o uso de plug-ins, pois seus prés, compressores e equalizadores são autossuficientes. Ela é prática, do ponto de vista operacional, e permite que o técnico monte seu show com muito conforto. Pena que não é tão fácil encontrá-la por aí", disse.
Leandro também destacou a qualidade do atendimento da Vigor Som, algo que, para ele, é cada vez mais raro nos dias de hoje. "O profissionalismo da empresa é realmente um de seus diferenciais, além, claro, do que ela oferece a técnicos, como sistemas bem alinhados, novos, prontos para serem usados, dentre outras coisas", destacou, referindo-se ao line array LS Audio, que trabalhou com volume confortável.
POUCOS EFEITOS PARA OS AVIÕES DO FORRÓ
Mauro Sérgio "Marujo", técnico de PA que há dez anos viaja com o grupo Aviões do Forró, usou, basicamente, os mesmos microfones que o amigo Leandro para captar os instrumentos da banda. "AKG D112 no bumbo, Shure SM57 na caixa, Sennheiser E 609 nos tons, Shure SM81 no contratempo e nos overs...", disse, atentando para o uso do sistema Shure Axient, "que serviu às vozes da dupla de frente do grupo".
O técnico, que operou seu show em um console Avid, disse ainda que sua mixagem tem como objetivo ser a mais limpa possível. Em função disso, ele utiliza poucos efeitos. Reverbs, muito comuns em shows de forró, somente com tempos curtos e nas vozes, "para não embolar e indefinir a mix. Quando se coloca efeitos como reverb e delay, o som tende a ficar meio robótico", explicou.
Ainda que tenha recebido o sistema muito bem alinhado, como também destacou Leandro, Marujo optou por fazer algumas correções. Segundo ele, "o ideal é sempre deixar [o line] o mais plano possível, mas, em alguns casos, é preciso mexer um pouco, cortando uma ou outra frequência indesejada ou que soe fora do conceito sonoro do show em questão", encerrou.